Uma breve digressão: há nas
crianças uma assombrosa abertura a novas ideias e um desejo insaciável de
aprender com a vida.
Uma postura aberta é como uma porta aberta – uma disposição
receptiva para aqueles que batem à porta no meio do dia, no meio da semana, no
meio de uma vida. Alguns desses são sugismundos, deselegantes, desgrenhados e
desalinhados.
O adulto sofisticado em mim estremece e reluta em oferecer-lhes
hospitalidade. Eles podem muito bem estar carregando preciosas dádivas sob seus
trapos surrados, mas prefiro ainda assim cristãos bem barbeados e
impecavelmente trajados, de pedigree assegurado, que aceitam a minha visão,
ecoam os meus pensamentos, dão-me tapinhas nas costas e fazem com que eu me
sinta bem. Mas minha criança interior protesta: “Eu quero amigos novos, não
espelhos velhos!”
Quando nossa criança interior não é cultivada e nutrida, a
mente fecha gradualmente a novas ideias, a compromissos não lucrativos e às
surpresas do Espírito. A fé evangélica é trocada por uma piedade aconchegante e
confortável.
A ausência de vigor e a falta de disposição em arriscar distorcem
Deus à forma de um guarda-livros, e o evangelho da graça é trocado pela
segurança do cativeiro religioso. “Se não vos tornardes como crianças”...O céu
estará repleto de gente com cinco anos de idade.
Do livro: O Evangelho Maltrapilho – Brennan Manning.
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